01/02/2023
Governo Federal traz orientações para a vigilância da influenza aviária em aves silvestres
Governo Federal traz orientações para a vigilância da influenza aviária em aves silvestres
Um informe técnico publicado pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) no dia 4 de janeiro de 2023 e realizado em conjunto com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), Ministério da Saúde (MS), Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres (CEMAVE/ICMbio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e a Universidade de São Paulo (USP) traz orientações de como proceder em casos suspeitos de influenza aviária e os cuidados que os profissionais devem ter ao entrar em contato com espécies de aves possivelmente hospedeiras do vírus.
A gripe aviária em aves
Também chamada de gripe aviária, o vírus causador da doença é o Alphainfluenzavirus influenzae e pode infectar aves e mamíferos, incluindo os seres humanos, através do ar, fezes e fluidos corporais de forma direta (contato com animal infectado) ou indireta (através de água e materiais contaminados). Os hospedeiros naturais desse vírus são patos, gansos e seus parentes (Ordem Anseriformes) e aves pelágicas, como gaivotas e batuíras (Ordem Charadriiformes)
A maioria das variantes do vírus são assintomáticas, porém eventualmente surgem cepas com maior mortalidade que pode acometer aves silvestres e domésticas. Os surtos recentes em aves aquáticas pelo mundo estão relacionados com a cepa IAAP do subtipo H5N1. As aves infectadas com essa variante do vírus geralmente apresentam sintomas como inchaço ocular, corrimento ocular, dificuldade para respirar, letargia, incapacidade locomotora, convulsões e tremores. Essas características são essenciais para considerar um indivíduo como potencialmente infectado pelo IAAP.
Alerta de Influenza na América do Sul
Em outubro de 2021 começou a onde de surto e disseminação do vírus em aves aquáticas pelo mundo, somando mais de 40 mil indivíduos mortos pelo vírus até junho de 2022, sendo registradas mortes de aves na África do Sul, Índia, Reino Unido, Holanda, Israel, Senegal, Grécia, EUA e Canadá. Além disso, espécies de mamíferos foram infectadas nesse período, incluindo raposas, focas e lontras.
Algumas espécies afetadas por esse surtos no Hemisfério Norte também migram para o Brasil, como o trinta-réis-boreal (Sterna hirundo), maçarico-rasteirinho (Calidris pusilla), maçarico-branco (Calidris alba), vira-pedras (Arenaria interpres), falcão-peregrino (Falco peregrinus), entre outras aves. O maior potencial do surto pode ocorrer no verão do Hemisfério Sul, quando essas espécies chegam e formam agregados que podem aumentar a infecção entre indivíduos da população, infectar espécies nativas e profissionais que atuam diretamente em contato com essas espécies migratórias.
O primeiro alerta pra América do Sul ocorreu em outubro de 2022 na Colômbia quando foram registradas mortes de aves silvestres e domésticas pelo vírus. Também foram registradas ocorrências do vírus em países como Peru, Chile, Venezuela e Equador, com potencial para outros partes da América Latina.
Como prevenir a gripe aviária
Caso um cidadão identifique mortalidade anormal e sem explicação ou a presença de aves moribundas com as características clínicas da gripe aviária, deve ser feita a comunicação imediata ao Serviço Veterinário Oficial (SVO) do estado da ocorrência ou outros órgãos ambientais e de saúde para garantir a investigação apropriada do caso.
No caso de encontro com esses animais, não é recomendado a aproximação ou contato direto com o animal. No caso de profissionais que atuam em contato direto com espécies hospedeiras é recomendado o uso de todas as medidas de biossegurança: uso de materiais descartáveis, equipamentos de proteção individual (EPIs), lavar as mãos com frequência e desinfetar vestimentas que tiveram contato com o animal.
Caso seja confirmada a infecção de algum indivíduo, é importante isolar o animal e notificar o SVO para o correto encaminhamento a um centro de triagem e tratamento, como um CETAS ou CRAS, seguindo rigorosamente as medidas de segurança para evitar a contaminação do local e de outros animais pelo vírus.
O vírus da gripe aviária não costuma infectar com facilidade os seres humanos, assim como a transmissão de pessoa para pessoa não é sustentada. No entanto, considerando esse potencial risco de infecção todas as medidas de vigilância e monitoramento de pessoas potencialmente expostas ao vírus devem ser realizadas.